sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Morgana das Fadas


Morgana das Fadas

 Ano de 2012, civilização Maia, ano cabalístico que anunciaria o final do mundo, quem sabe o final dos tempos. Nas cartas de Taro, a carta da ‘morte’ não significa um fim, mas novos recomeços.
Logo faltarão menos de cem anos para a comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna. Hora de aplicar conhecimentos básicos e simples de gestão da qualidade, o PDCA. É como o mundo gira, é o ciclo natural das coisas, da vida, de tudo, do mundo, da natureza. Momentos de analisar as diversas variáveis, os pontos fortes e os pontos fracos. As forças e as fraquezas as ameaças e as oportunidades (Análise SWOT para os americanizados e Matriz FOFA para os abrasileirados). Transformar pontos fracos em pontos fortes, criar novas estratégias.
A Natureza é sabia, e o homem que não percebe, os pragmáticos e os cientificistas epistemológicos principalmente, só os empíricos dialéticos percebem. Ela, a natureza sempre desenvolveu ambientes propícios e favoráveis para o homem observar, analisar e evoluir. Ambientes e momentos estratégicos. O homem evolui junto com a natureza, não com a ciência. Dia e noite, madrugada e tarde. O badalar dos sinos e a Ave Maria no crepúsculo da noite, são sinais a serem observados.
Primavera, Verão, Outono e Inverno. Planejando, desenvolvendo, controlando e avaliando segue a natureza no seu ritmo incessante. A migração dos pássaros. A estação da seca e a estação das chuvas. O urro do jumento, o traçado diário do Sol no céu, e a inclinação variável. A vida é uma sequencia que se repete, a cada hora, a cada dia, a cada ano...
Nesta fase que antecede a Semana de Arte de 22 é hora de avaliar os resultados obtidos e replanejar, desenvolvendo e controlando os resultados parciais para alcançar e reconstruir um novo futuro. Mudanças devem acontecer no mundo acadêmico, no mundo das artes e nos conceitos, tal como no período pós Semana de 22. Mudanças, reformulações e críticas. A antropofagia dos povos primitivos se tornou em um movimento antropofágico cultural, como uma resposta aos questionamentos da Semana de Arte Moderna.
Um negro filho de um pedreiro e de uma faxineira ocupa pela primeira vez a presidência do Supremo Tribunal Federal, sua mãe e seus irmãos ocuparam a primeira fila, posição de honra na cerimônia de posse. Gilberto Gil faz palestra em inglês em uma universidade de Nova York, em um país onde foram muito claras as discriminações raciais. A universalidade dos tempos. A multidisciplinaridade das coisas.
Erich von Däniken ocupa novamente as livrarias, deve ter retornado para relembrar que os deuses podem ter sido astronautas. O mundo pode ter acabado e nem percebemos, pode ter recomeçado e nem notamos.
Usando as informações e conhecimentos transmitidos pelas palavras de Camelo Ponte (Paulus, 2007), um texto tem a função de transmitir uma informação e conhecimento a um leitor que já detém um determinado conhecimento, tornando-o capaz de formar um terceiro conhecimento, com a ativação dos seus frames, reformulando seus pensamentos e mudando sua concepção do mundo. Camelo Ponte, ainda cita palavras de Paulo Freire, que ninguém educa ninguém, como ninguém se educa sozinho. Os homens se educam em comunhão, trocando informações.
Continuando ainda com Camelo Ponte, os textos têm algumas funções e a principal é repassar uma mensagem, um conhecimento, uma informação. E outra função, por vezes inconsciente, e por outras propositais, é passar uma mensagem oculta do autor, e que só ele, o autor, sabe onde está esta mensagem oculta do texto, e implícita no texto, um dia ela pode até aparecer, ou alguém descobrir, desvendar. O mesmo acontece em meio das Brumas de Avalon, vez por outra reaparece, surge, Morgana das Fadas.

 

 
Roberto Cardoso
 
Membro do IHGRN
Cientista Social
Ativista Cultural e Produtor Cultural
Reiki Master & Karuna Reiki Master

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